Em meio a surto, Brasil tem 12 milhões de vacinas contra gripe paradas

 Em meio a surto, Brasil tem 12 milhões de vacinas contra gripe paradas

Em meio a um surto de gripe, causado pelo vírus H3N2, o Brasil tem 12 milhões de doses da vacina contra a doença paradas. Isso ocorre devido à falta de procura do brasileiro para se imunizar.

Para especialistas, o baixo índice de vacinação pode desencadear uma epidemia da enfermidade e agravar o cenário durante a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Dos 80 milhões de doses que foram distribuídas pelo Ministério da Saúde, somente 67,9 milhões chegaram efetivamente ao braço dos brasileiros. Isso equivale a 84% do total. Hoje, não é preciso ter intervalo entre a aplicação das vacinas contra a Covid-19 e a da gripe.

As unidades da Federação que mais notificaram casos da gripe foram Amazonas, Bahia, Rondônia, Ceará e Pernambuco. Ao menos seis estados já registraram mortes após contaminação pelo H3N2:Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Paraná, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.

Apesar dos números, as autoridades sanitárias ainda não tratam a situação como epidemia.

Desde o início da campanha, em abril, o temor das autoridades sanitárias era de que a empreitada não alcançasse o público-alvo por causa da imunização contra a gripe.

Na tentativa de ampliar a cobertura, o Ministério da Saúde liberou, em julho, as doses para todas as faixas etárias.

A comunidade médico-científica entende que estamos menos protegidos nos últimos dois anos devido a uma baixa ocorrência de gripe. O relaxamento recente das medidas de isolamento social deixou a população mais vulnerável.

Alerta

Para o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, a situação é grave e requer atenção. “Estamos vivendo uma epidemia de H3N2 dentro da pandemia da Covid”, afirmou nessa quinta-feira (30/12), em entrevista coletiva, ao anunciar que em 24 horas o número de mortos pela doença no estado passou de 5 para 11.

“Essencial”

A infectologista Joana D’arc Gonçalves, mestre em medicina tropical pela Universidade de Brasília (UnB), explica que a vacina é essencial, mesmo não contendo a cepa em circulação.

“A vacina não tem a variante que está responsável pelo surto. No ano que vem é que a variante será incluída. Muita gente deveria ter se vacinado e isso ajudaria [a diminuir adoecimentos]”, frisa.

A pandemia também impactou o panorama. “Muita gente ficou confusa e algumas pessoas não se imunizaram. A questão de intervalos acabou deixando as pessoas um pouco confusas. Um grupo grande acabou não se vacinando e isso é ruim”, conclui.

Versão oficial

Metrópoles entrou em contato com o Ministério da Saúde para que a pasta comentasse os índices de testagem no país e dissesse se os considera baixos, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço continua aberto a esclarecimentos.

Da redação com informações do Portal Metrópole e foto da Agência Brasil

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