Denúncia: Família são-mateuense vive situação grave no Hospital Dr. Paulo Fortes; “indignação, essa é a palavra”, afirma cidadão

 Denúncia: Família são-mateuense vive situação grave no Hospital Dr. Paulo Fortes; “indignação, essa é a palavra”, afirma cidadão

Foto: Arquivo Portal Cultura Sul

Uma família são-mateuense relatou uma experiência trágica nesta última quarta-feira (1°) no Hospital e Maternidade Dr. Paulo Fortes nas redes sociais. A publicação, com mais de 40 compartilhamentos e 30 comentários, despertou revolta entre a população do município e gerou uma onda de relatos de outras experiências negativas envolvendo o Hospital e alguns profissionais do local.

Eliesier Padilha, de 24 anos, responsável pela publicação do relato, informa que sua esposa, Lorraine Maciel Padilha, de 19 anos, tinha uma consulta de rotina no posto de saúde da Vila Bom Jesus, mas foi transferida para o hospital, a fim de receber atendimento. Entretanto, chegando lá a gestante foi informada de que não havia nenhum obstetra de plantão. Diante disso, outro médico atendeu a mulher, o qual, de acordo com a publicação, afirmou não ser dessa especialidade.

“A minha pergunta é a seguinte: Como estão os olhos para com a saúde? Para com as mulheres gestantes? Para qualquer tipo de caso que chegar até o hospital?”

questiona Eliesier.

Conforme a publicação, o homem perguntou ao médico acerca da possibilidade de sua esposa dar à luz naquele horário. A explicação do Hospital chocou Eliesier:

“A resposta foi impressionante, eu costumo chamar de vergonhosa, porque disseram que o parto seria feito pelo médico que estava lá. Mas como? Se ele não entende de parto e nem cuida de gestantes.”

afirma.

O caso tomou outras proporções com a publicação de prints que relatam uma situação gravíssima envolvendo o parto de uma gestante.

“Foi esse médio quem fez o parto da minha filha, foi parto normal. […] Quando já estava pra nascer, chamei as enfermeiras e falei pra elas chamar o Dr. Ele veio, fez o toque e eu perguntei se já nasceria. Ele só respondeu “falta pouco”. Ainda virou de costas e saiu. Foi só ele sair e ela começou a nascer. A cabecinha estava saindo, ele [o médico] exigiu que eu fosse na sala de parto, mas eu não conseguia. As enfermeiras colocaram um lençol no meio das minhas pernas para a nenê não cair no chão. Me levaram erguida com aquele pano e me colocaram na maca. Mas ela [o bebê] imprensou, não sei explicar, a bebê não nascia. […] Quando ela nasceu, ficou marcado com uma linha roxa em volta da cabeça por ter parado, eu acho. E ele [o médico] não ajudou no parto, ficou reinando comigo que estava fazendo força errado.”

relata.

Diante dessa situação dramática, a gestante faz uma ressalva, elogiando o atendimento e o trabalho das enfermeiras, segundo ela, as profissionais foram “uns anjos”.

A gestante descreveu, por meio das mensagens, que o mesmo médico mandou diversas gestantes que fariam parto tipo cesária para casa, justificando que não realizaria o procedimento. Ainda conforme o relato, o médico teria discutido com enfermeiras e dito para uma delas, a qual já trabalha há 10 anos no hospital, que “é mais fácil mandarem você embora do que eu”.

Os prints apontam para uma conversa entre um dos responsáveis pela gestão do Hospital e as enfermeiras, em que o responsável pede para elas “aguentarem ele mais um dia” e para elas “não reclamarem, porque ele não estava cobrando pelo plantão”.

“Isso tá vergonhoso e não é pouco não, chega de gastar tanto dinheiro em coisas que não são nada perto da saúde e gastem para com a saúde da comunidade. Indignação, essa é a palavra.”

Eliesier critica.

Toda a situação comoveu diversos amigos da família e outros cidadãos da cidade que também expressaram sua revolta perante o caso.

“Indignação é a palavra muito triste isso. Só gastam dinheiro com rotatórias, é só o que sabem fazer”

“Tá um horror esse hospital. Fui maltratada pouco tempo atrás por um médico preguiçoso que estava dormindo e que sequer olhou na minha cara. Fiz a denúncia contra o mesmo. Mas duvido muito que algo mude, que tirem ele de lá. Pois como eles mesmo lá falaram que eu não fui a primeira.”

Para Eliesier, a situação se agrava ainda devido a um médico plantonista do Hospital.

“Tem um Dr. que fica de plantão que, quando as gestantes chegam, ele costuma xingar, tratar como lixo as mulheres grávidas. Eu espero que meu filho venha nascer em um dia que não seja ele, porque eu não consigo ouvir minha mulher ser xingada, nem maltratada por ninguém.”

comenta Eliesier.

A redação do Portal Cultura Sul FM entrou em contato com a direção do Hospital e Maternidade Dr. Paulo Fortes, o qual enviou uma nota que está abaixo na íntegra.

A direção do Hospital e Maternidade Dr. Paulo Fortes comunica que possui escala médica presencial de obstetra durante 24 horas do dia, mantida com recursos advindos dos municípios
de São Mateus do Sul e Antônio Olinto. Durante o mês de janeiro de 2023, em apenas dois dias
completos não houve médico presente cumprindo a escala médica, por impossibilidade dos
profissionais contratados. Nestes dias, as gestantes que procuraram o hospital foram atendidas
pelo médico clínico geral de plantão ou pelo diretor técnico, recebido as orientações e
encaminhamentos necessários. Para os casos mais graves ou que resultaram em evolução para
parto, nestes dias com falta de obstetra, o HMDPF mantém acordo com a Maternidade de União da Vitória, a qual recebe as pacientes e dá a continuidade do tratamento.
O HMDPF tem empreendido diversos esforços para melhorar as condições assistenciais, tendo
melhorado significativamente a composição das escalas médicas das diversas especialidades,
com claros ganhos para a população de São Mateus do Sul e Antônio Olinto. Ambos os
Municípios têm sido parceiros no repasse de recursos que possibilitam as melhorias em curso.
Em breve o HMDPF passará a oferecer cirurgias eletivas nas especialidades de cirurgia geral,
ginecologia e ortopedia, o que garantirá acesso às pessoas que estão em fila de espera e poderão retomar suas condições normais de saúde. Para que o HMDPF continue melhorando seus serviços, é importante que as sugestões da população sejam encaminhadas diretamente para a ouvidoria da Entidade, através do e-mail [email protected].

Nota Pública.

Além disso, a redação tentou contato com a Secretaria de Saúde de São Mateus do Sul, a fim de esclarecer a questão da transferência para o Hospital, porém, até o momento dessa reportagem, não houve retorno.

Da redação.

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