Brasil é líder em produção sustentável entre grandes países agroexportadores, aponta estudo
Esta é a principal conclusão da nota técnica que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou nesse mês de junho, durante o seminário Agricultura, Pecuária, Energia e o Efeito Poupa-Florestas. Um Comparativo Internacional mostra o Brasil à frente de outros países agroexportadores em termos de crescimento da produtividade baseada em ciência e tecnologia e em produção por unidade de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Isso coloca o país no centro da produção agropecuária sustentável em todo o mundo e tem muito a contribuir para a oferta global de alimentos e energia, diante da preocupação global com a agroinflação, a segurança alimentar, os efeitos da pandemia de covid-19 e a crise gerada pela guerra entre Rússia e Ucrânia no mercado global. O seminário teve participação de autoridades e especialistas brasileiros e de organismos internacionais.
Essa análise apontou a posição do Brasil em diversos indicadores de sustentabilidade frente a sete grandes agroexportadores: Argentina, Canadá, China, França, Alemanha, Índia e Estados Unidos. Para o coordenador de Estudos em Sustentabilidade Ambiental do Ipea e autor do estudo: o efeito poupa-florestas, José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, “o efeito poupa-florestas no Brasil é o maior entre os países comparados”.
Esse indicador alcançou 43,2% no Brasil, em 2020. “A área poupada é maior do que a efetivamente utilizada na agropecuária brasileira, enquanto Alemanha e França sempre pouparam pouco em seus territórios”, conforme o estudo. Depois do Brasil, o país com melhor desempenho nesse indicador é a Índia, com 34,5%. O desempenho é associado exclusivamente à produção agrícola e o brasileiro aos ganhos de produtividade na agricultura e pecuária.
Essa produção brasileira por unidade de emissão de GEE tem crescido continuamente, entre outros fatores, devido ao avanço da mudança tecnológica e aos investimentos em produção de baixo carbono. A economia brasileira é a que apresentou a melhor taxa de crescimento do indicador baseado na produção agropecuária por emissões totais de gases estufa entre 1990 e 2020, de acordo com o estudo – 3,92% na pecuária e 3,93% na agricultura.
Esses resultados evidenciam a produção um quilo de alimento produzido menos emissões e colocando o Brasil como líder nesta corrida mundial por uma produção mais sustentável. Demonstrando as boas práticas, questão levantada recentemente na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). E se tornando referência no mundo em equilíbrio ambiental e de produção de alimentos.
“Nas últimas cinco décadas, o Brasil conseguiu uma transformação produtiva acelerada, que muitos países não conseguiram fazer, baseada em tecnologia com manutenção da cobertura vegetal”, informou o diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea, Nilo Luiz Saccaro Junior. Além disso, também segundo e estudo, geração de eletricidade e produção de biocombustíveis em que o país fica à frente de outros produtores mundiais.
Da redação com informações e gráfico do Ipea
