Voluntário de São Mateus do Sul ajuda vítimas de enchente no RS e relata desespero e caos

Entre tantas histórias tristes de pessoas que perderam seus entes queridos e tudo o que construíram a vida inteira, um jovem voluntário de São Mateus do Sul, que conhece bem essa realidade de ter a casa invadida pelas cheias do rio Iguaçu, deixou sua própria casa para trás para ajudar as vítimas da enchente no Rio Grande do Sul. Agni William dos Santos de 28 anos, morador da região conhecida como curva do Rio, na Vila Amaral, compartilhou com a equipe de jornalismo do Portal Cultura Sul FM sua experiência e angústia enquanto se junta aos esforços de resgate.

“Eu já peguei enchente muitas vezes”, diz Agni, cuja família já foi afetada várias vezes pelos eventos naturais das cheias do rio. “Toda vez que o rio sobe, a nossa casa é a primeira a ser alagada, aí já tivemos que sair várias vezes de enchente, perdemos as coisas, e eu sei como é que funciona.”

No entanto, mesmo com sua própria história de luta contra as enchentes, Agni se encontra perplexo com a magnitude da situação no Rio Grande do Sul. “Só que aqui tá um negócio surreal, não tem nem como explicar assim, sabe? Aqui 90% de quem está ajudando é o povo. Se não fosse o povo aqui, tinha muito mais morte”, relatou

Agni descreve as condições desesperadoras que ele e outros voluntários enfrentam enquanto tentam resgatar animais e pessoas presas nas áreas inundadas. “A realidade é que a gente está fazendo resgate ainda de criação, tem bastante cavalo, porco, cachorro, gato, tudo que tipo de bicho que você imaginar, é um povo que cria bastante bicho e tem muitos que ficaram presos e encontramos mortos”, contou.

Enquanto trabalha como voluntário para ajudar as comunidades afetadas, Agni relata a destruição avassaladora que testemunhou. “A situação é que o rio nunca encheu tanto, nessa proporção. As casas aqui, ficaram ilhadas, elas já eram casas altas do chão, a água tá pra cima do telhado, tem casa que cobriu totalmente, tem casa que só tá meio metro pra pegar o segundo andar nunca vi algo assim”, explicou

Grupo de voluntários no RS

Além dos desafios físicos, Agni relata o caos e a desorganização que permeiam os esforços de resgate. “Também tem a questão de desorganização, a gente não tem nenhuma liderança, não tem nada… Tudo está sendo feito por voluntários locais, muitos surfista e pescadores de várias regiões do Brasil. Inclusive policiais voluntários, bombeiros voluntários, de todo Brasil”, relatou.

A solidariedade faz a diferença

Apesar das dificuldades, Agni destaca a solidariedade e o heroísmo do povo local. “A única coisa que tá bem clara, assim, é que é o povo pelo povo. É o povo ajudando o povo. Não tem… A mídia aí não passa tudo, só quem está aqui presenciando tudo é que sabe. É cidadão ajudando o cidadão, muitos não tem pra onde ir, está um caos”, afirmou.

Enquanto as águas não baixam, Agni e outros voluntários permanecem firmes em sua missão de ajudar aqueles que perderam tudo nas inundações sem precedentes no estado. Assim como o são-mateuense, outros voluntários estão no RS dando o seu melhor e buscando de alguma forma ajudar os que mais precisam nesse momento. A Rádio e Portal Cultura Sul acredita na solidariedade e apoio ações como essa. Confira uns dos vídeos feitos por Agni nessa sexta-feira e encaminhado a nossa equipe:

Portal Cultura Sul

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