Relator do processo da cassação de Sergio Moro vota por absolvição

 Relator do processo da cassação de Sergio Moro vota por absolvição

Numa leitura de voto longa, com mais de duas horas, o desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná, votou contra a cassação do senador Sergio Moro (União-PR). O ex-juiz, conhecido pela Operação Lava Jato, teve o início do seu julgamento nesta segunda-feira (01) com prosseguimento na próxima quarta-feira (03).

Moro está sendo julgado em duas ações, numa união entre o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ambas acusam o ex-juiz de abuso de poder econômico, com gastos irregulares no período de pré-campanha em 2022. Quando pretendia disputar a presidência, ele usou recursos contabilizados na prestação de contas que o levou para o Senado.

O apontamento do Ministério Público Eleitoral (MPE) é de gastos de aproximadamente R$ 2 milhões do Fundo Partidário com o evento de filiação de Moro ao Podemos e contratação de produção de vídeos para promoção pessoal, além de consultorias eleitorais. O PL apontou supostos gastos irregulares de R$ 7 milhões. Para o PT, foram R$ 21 milhões.

Segundo a defesa de Moro, foram gastos somente R$ 141 mil com o evento. Ao rejeitar a cassação, o desembargador não considerou os valores apontados como ilegais pelas partes do processo. Para o magistrado, os valores são divergentes e não é possível afirmar que foram excessivos. Segundo ele, os próprios partidos não apontaram os gastos de seus candidatos.

O relator só considerou gastos totais de R$ 59 mil com a realização de coletiva de imprensa, produção de vídeos e aluguel de carros para o lançamento da pré-campanha. “Não há prova alguma, nem mesmo testemunhal, dando conta que desde o início o objetivo [de Moro] era se candidatar ao Senado. Faz parte do jogo político acertos e contatos visando determinadas candidaturas que resultam em outras candidaturas”, afirmou.

Falavinha também acrescentou que Moro já era conhecido em todo o país e não teria como ter mais projeção pela pré-campanha. “Esses indicativos mostram a grande exposição midiática do investigado. A adoção da tese de simples soma das despesas para apurar abuso abre via perigosa para o arbítrio”, completou.

Após seu voto contra a cassação, o segundo a votar, o juiz Rodrigo Sade, chegou a ser convocado pelo presidente Sigurd Bengtson, mas pediu vista do processo interrompendo o julgamento. Os trabalhos serão retomados na próxima quarta-feira (03) e restam mais seis votos a serem apresentados.

Portal 97 com informações do TRE-PR e imagem Agência Brasil.

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