Prefeita atribuiu o pagamentos dos royalties à ação política por longo tempo

“Deputado Emerson Bacil, que mesmo não estando no cargo, mas fazemos referência”, disse a prefeita Fernanda Sardanha. Ela citou sindicatos, trabalhadores da Petrobras, secretaria de Educação e equipe de assessoria do ex-deputado Emerson Bacil na organização da Audiência Pública, realizada em 9 de novembro de 2020, em São Mateus do Sul.

Na oportunidade, a prefeita citou todo o processo político, por mais de 20 anos e muitas pessoas envolvidas. Para isso, lembrou da ação dos prefeitos Clóvis Ledur (PT) e Luiz Adyr Gonçalves Pereira (PSDB), onde iniciou, segundo ela em 2015, sobre essas tratativas “há muito tempo suspensa”, afirmou. Apontando a Audiência como a ferramenta para concretizar essas discussões.

A iniciativa acabou sendo retomada em 2019, quando Bacil mobilizou uma comitiva e se deslocou até a cidade do Rio de Janeiro para conversar diretamente com a Petrobras sobre o assunto. Também agendas na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Ministério de Minas e Energia. Tudo isso levou à realização da Audiência Pública.

Para ser realizada em São Mateus do Sul necessitou do ex-deputado, que havia perdido o mandato naqueles dias, vencer a queda de braço com grupo político que tentava evitar o acordo. “Interessante que nem licença de funcionamento a SIX [Unidade de Industrialização do Xisto] possuía e teria de parar as atividades, associada ao desinvestimento da Petrobras”, relembra.

Outra questão apontada por Sardanha, “sobre supostos outros valores” também apareceu na fala do deputado estadual Professor Lemos (PT). Ele inclusive mencionou uma outra Audiência Pública que seria realizada sobre o assunto, pela Assembleia Legislativa. Mas que acabou esquecida e desde então, nem sua assessoria informou quais seriam esses mecanismo e nem como.

Na época a Assembleia Legislativa (Alep) publicou um release, atribuído à assessoria do professor Lemos, em que o deputado cita a mobilização para a realizar a audiência em conjunto com os deputados Luiz Claudio Romanelli (PSB), primeiro-secretário, e Hussein Bakri (PSD), líder do governo. Unindo mesa diretora, oposição e liderança no dia 1º de dezembro.

Em entrevista, Lemos disse que a dívida dos royalties estaria acima de R$ 1 bilhão e o assunto precisaria ser melhor debatido com a sociedade e envolvidos. Por não aparecer na pauta da Alep e não ser citado mais nada sobre o assunto, a reportagem fez contato com a assessoria do legislativo que mencionou desconhecer o cancelamento, depois confirmado pela assessoria do petista.

Da assessoria de Emerson Bacil com informações da Alep, Portal Cultura Sul FM e Professor Lemos e imagem assessoria de Bacil.