Empreender por amor: como fazer um presente de casamento virar um negócio de sucesso

 Empreender por amor: como fazer um presente de casamento virar um negócio de sucesso

Foto: Arquivo da família

Mulher, muitas vezes taxada como o sexo frágil, um estereótipo que ficou no passado, mostrando que o gênero não define nada, pois quando há força, garra e vontade de alcançar seus objetivos, é possível chegar onde quiser. Hoje, vamos conhecer uma mulher que usou um presente de casamento para empreender em um ramo que nunca tinha imaginado estar, mas que pegou gosto e com amor, dedicação e profissionalismo, seu trabalho fluiu e vem se destacando na área em que atua.

Foto: Arquivo pessoal

Conheça a são-mateuense Edilaine Maidel, de 34 anos, que há mais de nove anos trabalha com leite, uma área em que o destino deu seu ‘jeitinho’ para a agricultora conhecer e se encantar com o trabalho desenvolvido com as vacas, o qual é árduo, já que é de domingo a domingo, mas que ao mesmo tempo é apaixonante.

Foi o manejo com a criação de vacas leiteiras, que fez Edilaine começar a fazer produtos derivados do leite, já que vendia leite para o caminhão que passava diariamente na sua casa. Uma parte da produção era destinada à venda e outra para consumo da família: queijo, nata, requeijão o básico para família. Contudo, em 2018, tudo mudou com a greve dos caminhoneiros.

“Eu fazia o queijo pra nós aqui de casa, pro consumo, mas veio a paralisação dos caminhoneiros e com isso o caminhão parou de vir buscar o leite e o foi acumulando, comecei a fazer queijos e outros produtos para não jogar nada, até que comecei a dar o leite. Vinham pessoas de várias localidades pegar e uma foi falando pra outra, já que era de graça, a informação se espalhou rapidamente, mas como eu tinha muitos produtos as pessoas vinham pegar o leite e no intuito de ajudar, acabavam comprando um queijo, um requeijão, e foi com isso que as vendas começaram”

explicou.

Vida de Leiteira

Se engana quem hoje vê Edilaine tão familiarizada, trabalhando em meio as vacas, tirando leite e fazendo queijos e outros produtos. Por ela nunca ter se imaginado nesse ramo, seu envolvimento na criação de vacas foi por acaso, quando um presente de casamento mudou toda a sua vida.

“Quando eu casei em ganhei 100 reais de um amigo meu em 2011. Ganhei muitos presentes e não tinha o que comprar, aí uma tia me disse que ia me dar uma vaquinha para eu tirar leite, mas eu falei que eu nem sabia, mas meu marido até brincou que cada um tirava de um lado, com isso, usei os 100 reais pra comprar um boizinho e fui criando-o. Comecei a gostar da lida, e a partir disso, comecei a comprar as terneiras dos produtores de leite. eu fui criando essas terneirinhas, e quando comecei a tirar leite eu já tinha 10 novilhas minhas criando, aí comecei a tirar leite dessas também e a produção aumentou ainda mais. Nunca imaginei ser uma leiteira e muito menos uma queijeira, os 100 reais rendeu e hoje tenho todas essas mimosas”, contou.

Fotos: Arquivo pessoal

A empreendedora falou das dificuldades no trabalho, sobretudo o fato de não ter folga. Segundo ela, pela manhã e no final da tarde é preciso tirar o leite. Entretanto, Edilaine disse que ama o que faz e é muito feliz trabalhando com as vacas, inclusive, seus filhos já estão aprendendo a cuidar dos animais e a pegar gosto pela vida no campo. “É uma forma de incentivar que eles fiquem no campo, aqui, temos mais qualidade de vida, é possível empreender aqui, não tem porque sair do campo”, disse Edilaine que relatou ainda, que no momento não consegue distribuir seus produtos para mercados devido a falta de tempo.

Foto: Arquivo pessoal

“Consegui o selo para os meus produtos no final do ano, a certificação que precisa para colocar esses produtos nos mercados”, mas segundo ela, falta tempo na agenda apertada como mãe, esposa e empreendedora. “Como tenho três filhos pequenos meu tempo é contado. Hoje já tenho uma pessoa que me ajuda no dia a dia, mas para as vendas, tenho que contratar mais uma pessoa. No começo eu fazia em média 20 litros de leite em queijo e hoje a média é de 200 litros”, relatou.

Vida de mulher empreendedora

Edilaine contou que durante esses anos fazendo queijos e derivados já realizou diversos cursos, buscando sempre se aperfeiçoar. “Já fiz vários cursos, inclusive, estou fazendo um agora em Francisco Beltrão, de queijo, esse curso é a cada 15 dias, ajuda a adquirirmos boas práticas de fabricação, fazer em quantidades, é bacana”, explicou.

A queijeira contou ainda que seu dia é curto para todos os seus afazes, mas que se tiver organização dá conta de tudo. “Quanto mais serviço tem, mais tempo a gente acha. Tem um médico que brinca que eu nunca vou ter depressão, porque minha cabeça é ligada no 220, não paro. Não é nada fácil, mas não podemos desistir, é preciso se organizar e tudo vai dando certo. Quem tem vontade consegue, tudo o que fizer com capricho dá certo, tem mercado pra tudo”.

Quando perguntada sobre o mercado de queijos e derivados de leite, Edilaine contou que acha necessária a concorrência e que há espaço para todo mundo no mercado de vendas. “Todo mundo tem seu espaço e seu público, não vejo outras pessoas como concorrentes, cada um tem um tipo de trabalho e agrada gostos diferentes”.

Em relação ao futuro, a empreendedora conta que vai continuar trabalhando com a criação de vacas leiteiras, aumentando sua produção e fazendo queijos e derivados para vender na feira e, futuramente, nos supermercados, levando sua produção cada vez mais longe. “Colocamos uma placa na entrada da nossa propriedade falando que vendemos queijo e muita gente para. Não usei as redes sociais, o meu negócio foi no tradicional “boca a boca”. Faço com capricho e carinho esse é o diferencial”, concluiu.

Da redação Cultura Sul FM.

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Verediane Sander

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