Desaparecimento de menino em SC pode revelar “ponta de iceberg” de esquema de tráfico de pessoas

 Desaparecimento de menino em SC pode revelar “ponta de iceberg” de esquema de tráfico de pessoas

O desaparecimento do menino de dois anos em Santa Catarina pode revelar a “ponta do iceberg” de uma esquema de tráfico de pessoas no país, conforme afirmou a delegada Sandra Mara à CBN Floripa, na manhã desta terça-feira (9). A criança foi encontrada com um casal em São Paulo, que portava a certidão de nascimento e cartão de vacinas do menino que ficou desaparecido por oito dias.

À polícia, a mulher afirmou que teria adotado o menino e que iria ao fórum para regularizar a situação. Eles teriam dito, inclusive, que teriam agendado um horário no Ministério Público de São Paulo para oficializar a adoção.

— O menino é a ponta de iceberg. A nossa investigação uma das linhas era essa, uma quadrilha de tráfico de pessoas, da adoção ilegal, tanto que os documentos da criança foram entregues pro casal — disse a delegada.

— Sabemos que no sul do país acontecem esses desaparecimentos e acontecem essas redes de tráfico. Nossa intenção é descobrir se de fato mesmo é uma quadrilha, se o homem tem outras situações envolvendo ele nesses aliciamentos, nessas buscas de crianças, ou se isso é fato isolado — completa.

A polícia busca entender, agora, se outras crianças foram vítimas do suposto esquema. O inquérito deve ser finalizado na próxima semana, segundo a delegada.

Mãe teria sido aliciada

Conforme a investigação, a mãe do menino teria sido “aliciada” desde o nascimento do filho para entregar a criança para adoção de um casal. Toda a conversa foi feita via internet e os dois estiveram na Grande Florianópolis apenas para pegar o menino. Ele foi visto pela última vez com a mãe no dia 30 de abril.

A mãe, por sua vez, deu entrada em um hospital da região dias depois e esteve internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até a terça-feira (8), quando prestou depoimento à polícia.

 O homem já vinha assediando a mãe desde que ela estava grávida. Quando ela engravidou, entrou em grupos de mães solos, de quem quer adotar e não consegue engravidar, e ele começou a aliciá-la para entregar a criança para ele. Ele foi colocado como intermediador da adoção ilegal — disse a delegada.

Em depoimento, conforme Mara, a mãe afirmou ter entregado a criança por “livre e espontânea vontade”. Ainda, segundo a polícia, a mulher é bastante jovem, já foi vítima de violência e tem uma saúde mental frágil. Apesar da entrega voluntária, o Código Penal descreve como crime o ato de registrar o filho de outra pessoa como próprio.

O envolvimento de dinheiro na ação será investigado após a quebra de sigilo bancário em Santa Catarina.

Entenda o caso

A investigação sobre desaparecimento do menino de dois anos em Santa Catarina teve início na última sexta-feira (5), após o registro de boletim de ocorrência feito pela família da criança.

O bebê teria sido visto pela última vez com a mãe, no dia 30 de abril em São José. Ela, porém, deu entrada a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em um hospital da Grande Florianópolis, e segue internada.

O menino foi encontrado com um casal em um carro com placa adulterada, que teria saído da Capital catarinense em direção a São Paulo. Na abordagem, os dois apresentaram a Certidão de Nascimento da criança e afirmaram estar indo ao fórum regularizar a adoção. Eles foram presos em flagrante e aguardam audiência de custódia nesta terça-feira (9).

O menino foi deixado com o Conselho Tutelar, em São Paulo, e deve ficar com a avó materna no retorno ao Estado. O governo de Santa Catarina espera liberação da justiça para trazer o menino de volta ao Estado.

Com informações NSCtotal

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