Colheita da soja evolui, mesmo atrasada, mas preços não agradam
Foto: AEN
Em uma semana, o volume das áreas colhidas passou de 17% para 30%. Ao todo são 5,7 milhões de hectares plantados e, na média das últimas safras para este mesmo período, metade do total plantado já estava colhido. A análise faz parte do Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 3 a 9 de março. A produtividade é satisfatória, mas o preço está mais de 25% abaixo do pago em 9 de março de 2022.
Os dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), citam a melhor produtividade da soja, o que surpreende positivamente. “Ainda assim, há preocupação com a incidência de doenças, o que exige mais aplicações de fungicidas, onerando a produção ou elevando a possibilidade de perdas onde o controle não estiver satisfatório”, cita o departamento.
“O avanço da colheita da safra brasileira, combinado com os preços praticados internacionalmente e o dólar momentaneamente desfavorável ao produtor, reflete no valor pago ao sojicultor. Em fevereiro, ficou em R$ 158,14 por saca, na média. É o menor preço desde dezembro de 2021 e representa recuo de 3% em relação a janeiro e de 14% comparativamente a fevereiro de 2022”, complementa.
Num comparativo de preços, em 10 de março de 2022 estava sendo pago R$ 207,14 na bolsa de valores, conforme dados da CEPEA, na cotação atual representaria R$ 210,69. O mesmo parâmetro estipula o preço atual (09/03/2023) em R$ 167,24, o que representa 26,75% a menos que em 2022. Esse valor é para a soja colocada no Porto de Paranaguá e tem acréscimo de despesas ao o que é pago ao agricultor.
A produção pode atingir aproximadamente 20,89 milhões de toneladas de soja. Se confirmado, será o maior da história no Paraná. Contudo, a grande preocupação dos agricultores tem sido o baixo preço pago pelo produto ante ao valor mais alto de máquinas, implementos e insumos, de 2021 para cá. Atrelado ao baixo fluxo de comércio internacional de produtos agrícolas no mundo, como um todo.
Da redação com informações e imagem do Deral/AEN
