Produção de grãos do Brasil deve superar a casa das 300 milhões de toneladas na próxima safra

O resultado é impulsionado, principalmente, pelo bom desempenho dos mercados de milho, soja, arroz, feijão e algodão. “Apesar do aumento nos custos de produção, as culturas ainda apresentam boa liquidez e rentabilidade para o produtor brasileiro”, esclareceu o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Guilherme Ribeiro, durante a divulgação da projeção da próxima safra.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (24/08), em Brasília pela Conab, apontam que a produção de grãos pode chegar a 308 milhões de toneladas. Quase a metade, 150 milhões e 360 mil toneladas, devem ser colhidas de soja e outra proporção de 125 milhões e 500 mil toneladas de milho. As duas principais comodities rurais (produtos com comércio e regulação de preço mundiais) lideram os números.

Os números divulgados apresentam as principais variáveis de mercado e as tendências para cada cultura. A produção total é calculada para os cinco principais cultivados no país: soja, milho, arroz, feijão e algodão. Juntos, eles correspondem a mais de 90% da produção brasileira de grãos, estimada em 294,3 milhões de toneladas. A Conab leva em conta a alta de custos, mas cita haver quesitos atrativos.

Para a soja, a perspectiva da Companhia é de um cenário recorde na produção, sendo projetada acima de 150 milhões de toneladas para a próxima temporada. Os preços do grão devem continuar atrativos, uma vez que a oferta e a demanda mundial da oleaginosa seguem ajustadas, refletindo em tendência de crescimento de 3,54% de área para a cultura, podendo chegar a 42,4 milhões de hectares.

A produtividade do ciclo 2022/23 deve apresentar recuperação em relação a atual safra após os problemas climáticos registrados nos estados do Sul do país e em parte do Mato Grosso do Sul. Com a melhora esperada na produtividade, a Conab cita a disponibilidade do grão da ordem de 92 milhões de toneladas para exportações, com previsão de aumento de 22,2 % em relação à safra 2021/22, sendo um recorde para a cultura.

Mesmo com a estimativa de aumento dos embarques, os estoques para a temporada 2022/23 também devem crescer em torno de 3,9 milhões de toneladas em relação ao que é previsto para o ciclo atual, sendo projetados em 9,89 milhões de toneladas. Inclusive, o arroz pode ter redução de safra com migração para soja e milho. Cenário que pode ocorrer também com os agricultores plantadores de feijão.

Quanto ao milho, é esperada uma produção total de 125,5 milhões de toneladas. Com leve queda de área na primeira safra, por conta da soja. Nessa etapa pode chegar a 28,98 milhões de toneladas. Mas o grande diferencial vem da segunda safra onde é projetado um aumento tanto da área quanto da produtividade. Assim, estimando uma colheita na casa de 94,53 milhões de toneladas, aumento de 8,2% em relação à safra 2021/22.

Da redação com informações da Conab e Agência Brasil e imagem reprodução CNA/Agência Brasil