Erva-mate do Planalto Norte catarinense conquista certificação de Indicação Geográfica

 Erva-mate do Planalto Norte catarinense conquista certificação de Indicação Geográfica

A Indicação Geográfica (IG) é da categoria de Denominação de Origem (DO) e foi solicitada pela Associação de Produtores de Erva-mate do Planalto Norte Catarinense (Aspromate). O processo teve financiamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e apoio da Epagri, do Sindicato dos Produtores de Erva-Mate (Sindimate) SC, universidades e prefeituras, além de outras instituições.

De acordo com o governo de Santa Catarina, é a sétima IG conquistada no Estado por registro de Indicação Geográfica conferido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A certificação foi anunciada nesta terça-feira (24/05) e coube à Epagri produzir a documentação necessária para solicitação do registro, bem como fazer a delimitação geografia da área de abrangência territorial.

Os técnicos da Epagri da região realizaram vários eventos com objetivo de informar e sensibilizar a sociedade para a importância da certificação, segundo o órgão. Foram organizados ao longo dos anos, palestras, concursos entre outras atividades. Gilberto Neppel, engenheiro-agrônomo, extensionista da Gerência Regional da Epagri em Canoinhas foi o gestor do projeto relativo à erva-mate do Planalto Norte.

Conforme o gestor, “comunica ao mundo que uma certa região se especializou e tem capacidade de produzir um artigo diferenciado e de excelência, que é o caso da nossa erva-mate”. A IG abrange os municípios de Bela Vista do Toldo, Canoinhas, Irineópolis, Mafra, Major Vieira, Matos Costa, Monte Castelo, Papanduva, Porto União, Rio Negrinho, Timbó Grande, Três Barras.

Além desses 12 municípios, abrange parcialmente outros oito: Caçador, Calmon, Campo Alegre, Itaiópolis, Lebon Régis, Santa Cecília, Santa Terezinha e São Bento do Sul. Na IG, o diferencial está, principalmente, do modo de produção. Erva nativa, produzida sob a sombra de araucárias e outras árvores da vegetação local. Similar ao ambiente da IG São Matheus, a primeira do gênero e produto no Brasil.

Os ervais do Planalto Norte Catarinenses, são, em sua maioria, formados por plantas nativas, sem a presença de espécies exóticas e sem o uso de agrotóxicos. O sombreamento proporcionado pela mata tem papel fundamental no inverno, formando barreira contra as perdas de radiação e os ventos, contribuindo para a conservação de calor no solo e no ar, e mantendo a umidade necessária aos ervais, de acordo com a Epagri.

O Planalto Norte catarinense produz em média 100 mil toneladas de erva-mate a cada ciclo, perfazendo a metade do total catarinense. Gilberto Neppel estima que cerca de 80% deste total é produzido no sistema tradicional, ou seja, sob a sombra da mata. O restante vem de lavouras de monocultivo, que não receberão o selo da IG. A maior parte da produção é exportada, principalmente para o Uruguai. Chile, Argentina e Paraguai.

Alguns países da Europa também compram a erva-mate catarinense, sobretudo para o chá. A certificação tem potencial para impactar positivamente toda a economia da região, na visão da Epagri. Ao ser comercializado com selo da IG, ganha valor agregado, resultando em mais renda para os produtores rurais. Sobretudo levando em conta as práticas agrícolas e industriais nesse contexto da cadeia produtiva.

A IG da Erva-mate do Planalto Norte catarinense se soma às IGs da Maçã Fuji da Região de São Joaquim, Vinhos de Altitude de Santa Catarina e Mel de Melato da Bracatinga, conquistadas no ano passado. A primeira IG do Estado foi a do Vinho dos Vales da Uva Goethe, seguida pela Banana da Região de Corupá e pela Campos de Cima da Serra para Queijo Serrano. A Epagri participações de todos esses processos.

Da redação com informações da Epagri e Governo de Santa Catarina e reprodução imagem divulgação Epagri e Governo SC

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