Vereador suplente de Canoinhas toma posse em substituição ao prefeito interino, sob vaias

 Vereador suplente de Canoinhas toma posse em substituição ao prefeito interino, sob vaias

O clima na Câmara de Vereadores de Canoinhas, pela situação política recente que levou o ex-prefeito Beto Passos, seu vice Renato Pike e outras pessoas para a prisão, segue tenso. A sessão desta segunda-feira (18/04), no seu início, foi marcada pela posse do suplente para ocupar a vaga de Willian Godoy, atual prefeito interino. O terceiro da linha de suplência assumiu o cargo, cercado de vaias e xingamentos.

Após a abertura da sessão e a habitual leitura de um trecho bíblico, coube ao presidente interino do legislativo, Gilmar Martins, convidar o empresário Fabiano Freitas para fazer o seu juramento de posse. Ao se dirigir para o púlpito, para cumprir o protocolo e ser empossado vereador de Canoinhas, se ouviram vários xingamentos e acusações de parte dos presentes no plenário da Câmara.  

Visivelmente constrangido, Gilmar Martins interviu “só gostaria que nesse momento pessoal mante-se a ordem”, disse. Em seguida, no juramento do suplente a plateia novamente vaiou e interrompeu o parlamentar que precisou recorrer ao presidente por “questão de ordem da Casa”. “Só nesse momento para que ele possa fazer o seu juramento”, pediu a presidência, mas mantidas as vaias e xingamentos.

O empresário Fabiano Freitas ocupa a suplência do PSD depois que Willian Godoy deixou a vaga para assumir a prefeitura, com a prisão e posterior renúncia de Beto Passos. A vaga seria de Nilson Cochask, também preso na operação Et Pater Filium. No caso, o 1º suplente abdicou da cadeira com a justificativa de “desistência temporária”, mesmo com a possibilidade de ter sido ele o empossado.

O segundo na linha de suplência seria Edmilson Verka, mas ele desistiu e optou por ficar na Secretaria de Obras. No caso, Fabiano Freitas deixou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico para assumir a vaga, como terceiro suplente. Ao se pronunciar diante de um requerimento, o empresário foi novamente vaiado e pediu gravação da sessão. Diante das vaias e xingamento falou: “eu não ameaço, eu faço”.

Vereador empossado é vaiado durante a sessão

O novo vereador deixou o cargo em 1º de abril, após envolvimento na apuração do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) em que ele se diz “testemunha”. Um imóvel, registrado em nome da Organizações Cubas de Comunicação e Empreendimento Ltda – de propriedade de Joselde Cubas Batista e sogro de Fabiano Freitas, foi alugado, sob dispensa de licitação pela prefeitura, por R$ 223.560,00.

No despacho emitido pelo MPSC, Fabiano Freitas, além de ter sido dono desse imóvel anteriormente, também é citado no dossiê de um veículo Jeep/Compass. O veículo teria sido repassado (sem valor de venda) a Beto Passos por Karyna Batista Freitas, filha de Joselde Cubas Batista e esposa de Fabiano. Segundo a investigação, a propriedade anterior do veículo era uma das empresas do novo vereador.

Quando deixou a secretaria, ele disse estar colaborando com as investigações e entender que “neste momento se faz necessário abrir mão da minha pasta na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Comércio, Indústria e Turismo, para deixar que o atual gestor tenha ampla liberdade para fazer as escolhas que entenda serem as melhores para o Município”. Agora Fabiano Freitas é vereador empossado.

Da redação com informações da Câmara, MPSC e imagem reprodução sessão da Câmara transmitida pelas redes sociais/Facebook

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