Guia de dermatologia aponta relação entre manifestações das lesões de pele com Covid-19

 Guia de dermatologia aponta relação entre manifestações das lesões de pele com Covid-19

Pacientes são examinados durante campanha do Dia Nacional de Combate ao Câncer de Pele no Hospital Federal de Ipanema.(Fernando Frazão/Agência Brasil)

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançou o Guia sobre a Covid-19 e suas manifestações nas pessoas. O objetivo é esclarecer a população sobre relação entre a pandemia e lesões de pele. Ele pode ser acessado no site da entidade (https://www.sbd.org.br/). Casos assintomáticos e para membro de família com caso sintomáticos podem apresentar o quadro.

As manifestações na Covid-19, apesar de mais comuns, não são exclusivas do Coronavírus e sim observadas em outras doenças dermatológicas ou sistêmicas. Em média, quase 8% das pessoas infectadas apresentam manifestações cutâneas, segundo estudos. Em pacientes mais graves, há ocorrência da chamada coagulopatia (doença hemorrágica) associada à Covid-19, havendo formação de trombos de pequenos ou grandes vasos sanguíneos.

Isso pode levar, conforme o coordenador do Departamento de Medicina Interna da SBD, Paulo Criado, a apresentar púrpuras e até gangrena de dedos dos pés e mãos. Disso o guia pretender responder indagações da sociedade, com base em embasamento científico, porque há muitas perguntas na internet sobre as manifestações de pele, grande parte com notícias de origem duvidosa, conforme relata o pesquisador.

O guia cita os chamados “dedos da covid-19”, uma manifestação que ocorre frequentemente em pacientes com boa imunidade ao vírus e que nem chegam a ter o PCR positivo. Graças à imunidade inata, essas pessoas já conseguiram eliminar o vírus e podem apresentar a proteção de proteínas inflamatórias em quantidade elevada que geram inflamação nos vasos de sangue bem pequenos na pele, em geral nos dedos, na palma da mão e planta dos pés.

Essas lesões têm um pouco de sensibilidade dolorosa. Essa lesão é conhecida como frieira, que já era visto em várias situações na dermatologia e veio se somar como uma das manifestações em pessoas que tiveram contato com o vírus e, muitas vezes, não mostraram sintomas, porque a imunidade foi tão boa que logo eliminaram o vírus e o PCR foi negativo. Em geral, isso ocorre com crianças e jovens membros da família que tiveram Covid sintomática, em sua maioria.

A recomendação da SBD é que as pessoas que comecem a apresentar manifestações cutâneas procurem um especialista, porque podem fazer parte do espectro de manifestações da Covid-19, como também podem não ter relação. Segundo o guia, essas exantemas, que são as manchas avermelhadas sem relevo, ocorrem também no sarampo e na rubéola, e nas reações alérgicas a antibióticos e outras medicações.

Disso a indicação para buscar atendimento de especialistas, no caso um dermatologista, infectologista ou pediatra para auxiliar no reconhecimento e verificar se as lesões cutâneas podem fazer parte ou não de uma manifestação de covid. As exantemas surgem nos primeiros dias da doença e podem coçar e descamar. A melhora ocorre de forma espontânea, com a recuperação do quadro clínico.

Os especialistas da SBD salientam que, embora os principais sintomas da covid-19 sejam respiratórios, estima-se que seis em cada grupo de 100 pacientes com a doença apresentam alguma manifestação na pele. A identificação de quadros nessa situação ajuda no diagnóstico precoce da covid e no acompanhamento dos casos. Isso pode ocorrer com cabelos, de um a três meses após a infecção viral e a duração é variável.

Da redação com informações e imagem da Agência Brasil

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