Dova Eva: fechando a semana da mulher em grande estilo

 Dova Eva: fechando a semana da mulher em grande estilo

O programa Cultura Sul Notícias, desta sexta-feira, (12/03), encerrou a semana da mulher em grande estilo, com uma convidada muito especial, dessa vez, do município de São João do Triunfo, a dona Eva Gelinski, que é agricultora, e venho contar sobre sua família, sua infância, às dificuldades encontradas ainda na juventude, sobre casamento e também como enfrentou um dos momentos mais difíceis da sua vida, quando com apenas 37 anos de idade, ficou viúva, com dois filhos pequenos, um de 12, e outro de 6 anos de idade.

Dona Eva, iniciou sua fala contando sobre seus pais, que vieram do município de Araucária, para São João do Triunfo, onde compraram um terreno na época e formaram sua família, na localidade de coxilhão do meio. “Meus pais tiveram 16 filhos, sendo, sete mulheres e nove homens. Era tudo muito difícil naquela época, tudo muito longe. Meus pais passaram a vida inteira trabalhando na agricultura, mas conseguiram vencer tudo, e dar uma boa educação a todos”, contou.

Na sua infância, ela recordou que para ir para a escola, eram sete quilômetros para ir e sete pra voltar, trajeto esse, feito a pé, todos os dias. “No inverno a gente saia de casa meio no escuro, voltava pra casa, almoçava, dava uma descansadinha e ia na roça ajudar os pais”. Por ser uma das mais novas na família, ela contou que suas irmãs sempre foram um exemplo a ser seguido, além da sua mãe que sempre foi uma inspiração.

“Minha mãe sempre foi uma fortaleza, até hoje a gente fala, ela tinha uma sabedoria incomparável, e minhas irmãs também, principalmente a Maria, que é 18 anos, mais velha que eu, então cresci me espelhando nela e na minha mãe. Minha irmã é uma mulher muito forte, muito honesta, determinada, por isso sempre me espelhei nela”, disse.

Ainda muito moça, dona Eva contou que a mãe sempre dizia que casar era uma grande responsabilidade, e seus pais nunca a pressionaram em relação ao matrimônio, pelo contrário, falavam que era pra ela casar quando fosse a hora certa. “Eu nunca me preocupei em estar velha pra casar, eu sempre quis casar com um pouco mais de idade”. Eva casou com 24 anos de idade, teve dois filhos, e ficou casada por 13 anos, quando ficou viúva, um momento que passou algumas dificuldades.

Segundo dona Eva, foi uma responsabilidade muito grande, pois tinha que educar os filhos sozinha. “Eu tinha que trabalhar, educar, cuidar da casa, mas o pior é que acham que a gente não é capaz”. Ela contou, que muitas pessoas pediam porque ela não ia morar na cidade, e ela respondia que ela era da roça, sempre trabalhou na roça e era o que ela sabia fazer, por isso iria continuar no interior.

Dentro das dificuldades dona Eva foi levando a vida, sempre superando os obstáculos que o dia a dia lhe empunha. “O preconceito com a mulher sozinha é muito grande. Desde uma roça que você planta, alguém ia ver se foi bem plantado, se estava limpo se estava sujo, se está crescendo, porque parece que a gente é incapaz”. Ela disse que dizem que não existe o preconceito contra à mulher, mas existe. “As mulheres são guerreiras, na agricultura, estão lá todo dia batalhando”, destacou.

Dona Eva, ainda contou sobre algumas etapas da sua vida, em que sofreu principalmente por ser mais tímida, mas foram momentos que fizeram ela enfrentar, aprender e conseguir superar tudo. “Eu tinha medo de dirigir e tive que aprender”. Já sobre a diferença de como era a vida antes(antigamente) e agora (atualmente) ela recordou momentos, e disse que não tem como comparar, pois, muita coisa mudou. “Ante era tudo braçal, agora tudo tem máquina”, comparou.

Muitos ouvintes participaram, mandando mensagens com perguntas para Dona Eva, sobre como era sua vida na roça, sobre ter um filho que foi jogar futebol fora do país, sobre seus dotes culinários (bolos e pastéis), e vários ouvintes mandaram mensagem, elogiando a sua história de vida, que serve de exemplo e inspiração para todos. Ela finalizou sua fala, mandando um abraço para todas as agricultoras. A entrevista completa em vídeo, está disponível no facebook do Portal Cultura Sul FM e no you tube no canal do Portal Cultura Sul.

Da redação Cultura Sul Notícias

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