Taciano fez do futebol a realidade de um sonho esportista

 Taciano fez do futebol a realidade de um sonho esportista

“Campeões não nascem prontos, são feitos” (Taciano Jean Tratch)

Anualmente o dia do esportista é comemorado em 19 de fevereiro, uma data que tem o objetivo de incentivar, conscientizar e homenagear a prática do esporte, como meio para o desenvolvimento de uma vida muito mais saudável. Diante dessa data surgiu a ideia de contar a história de um São-mateuense, que como muitas crianças, na infância tinha o sonho de se tornar jogador de futebol e, viver fazendo o que ama.

Todavia, para realizar tal sonho, é preciso muita dedicação e disciplina, mas isso, não faltava para o filho mais novo do seu Gilberto Antônio Tratch e da dona Marlene Drobniewski Thach, que sempre incentivaram os filhos nos esportes, e nem imaginavam que o menino que jogava nos campinhos improvisados do bairro, chegaria tão longe, jogando profissionalmente fora do país.

Taciano Jean Tratch, o caçula da família Tratch, teve a sua infância com muitas lembranças de campos feitos com serragem e pedaços de madeira.  “No final de semana os amigos se juntavam no bairro e montávamos campinhos. Era uma geração bem diferente do que hoje em dia vemos”, lembrou.

Com 15 anos de idade, começou a treinar na escola do Independente, com o Professor José Carlos, mais conhecido como “Pintinho”. “Ele começou a me dar a base para jogar.  Como o jogador deveria cabecear, dominar a bola. Por ser mais do interior eu tinha um jeito mais grosseiro de jogar”, contou.

Logo apareceu um teste em São João do Triunfo, e lá tinha olheiros de São Bento do Sul, que se interessaram por Taciano, que conta que já tinha uma estatura alta o que chamava atenção. “Eu jogo com a perna esquerda, tenho 1,94 de altura, então viram um futuro no jovem que estava ali, com isso, fui para cidade de São Bento do Sul”, disse.

Ele lembrou, das responsabilidades que teve ao sair de casa ainda muito jovem em busca do seu sonho, passando por vários clubes como: Operário de Ponta Grossa, Nacional de Rolândia e Caxias que é um clube da cidade de Joinville, onde me profissionalizei com 19 anos. “Pra mim foi um sonho realizado, porque quando você é jovem o que você quer é se profissionalizar, mas mal sabia que tinha muita coisa pra viver”, explicou.

Um dos sonhos de Taciano era jogar fora do Brasil

O segundo sonho de Taciano, era jogar fora do país. “Sempre almejei jogar fora, via jogadores falando outras línguas, conhecendo outras culturas, e surgiu uma oportunidade em um jogo onde um treinador do Uruguai estava assistindo e me convidou para ir morar e jogar lá”. Ele contou que só ligou para sua mãe e disse que estava indo pro Uruguai, mesmo preocupada a família sempre o apoiou.

Quando jogava no Uruguai, não sabia falar em espanhol, com isso, em um treinamento não compreendendo bem o que foi repassado ao seu time, acabou sofrendo um gol, e seu treinador lhe chamou para conversar. “Ele disse que me dava um mês para aprender o idioma, pois no futebol a comunicação é essencial”, relembrou.

 Ele contou que tinha uma bíblia, que sempre lia e do nada veio um pensamento na sua cabeça. “Me veio na cabeça, para eu trocar a bíblia em português para uma em espanhol e foi o que fiz. Fui em uma igreja, encontrei um missionário e trocamos. Comecei a ler, assimilar as palavras e hoje sei que foi um pensamento abençoado”, disse. 

Nesse time, jogou um campeonato mundial de clubes, jogando na Itália e conquistando assim o seu segundo sonho. “Foi uma benção de Deus, aprendi muita coisa, consegui alcançar muitas metas”. Após o Uruguai fui para a Polônia, onde joguei por oito meses vários jogos pela segunda divisão da Polônia, e logo após fui para Lituânia, no leste europeu.

“Fiquei três anos nesse time, acho que foi onde tive mais destaque. Acabei jogando vários jogos do campeonato Lituânio, joguei a Champinons League a fase de classificação. Foi a realização de um sonho. Falo quatro idiomas, conheci 25 países através do futebol, e hoje tento passar essas experiências que tive com o esporte para outras pessoas que tem esse sonho, motivando elas ir em busca dos seus objetivos”, explicou.

Vivendo tantos anos fora do Brasil, Taciano contou que passou por vários momentos engraçados e curiosos, que nunca vai esquecer e relatou um deles que leva como exemplo pra vida. “Na Polônia, os atletas estavam almoçando, éramos três brasileiros, mas um colega que era de São Paulo acabou deixando muita comida no prato. Quando fomos levar o prato para “tia”, fomos alegres, agradecemos e ela ficou vermelha e começou a nos xingar”, lembrou.

Futebol lhe proporcionou conhecer 25 países

Segundo ele ninguém estava entendendo nada o que estava acontecendo, foi aí que o treinador que falava as duas línguas disse que deixar comida no prato para os mais velhos na Polonia é inadmissível, pois eles passaram fome na guerra e com isso dão muito valor ao alimento. “A comida pra eles é sagrada e muitas vezes não temos essa consciência no Brasil”, lembrou.

Taciano contou que jogou 10 anos de futebol, dos 17 aos 27, uma carreira intensa, mas devido a lesões resolveu parar. Voltou para São Mateus do Sul, onde sua família ainda reside, conheceu Cintia, que hoje é sua esposa e juntos resolveram estudar, não fugindo do esporte, a área escolhida foi a de Educação Física.

O sonho de criança se realizou e atualmente Taciano uniu sua experiência profissional com sua formação, sempre incentivando as pessoas na prática esportiva. “Me formei em Educação Física, mais tarde fiz Pós Graduação em Personal Trainer, biodinâmica do exercício, iniciei um Mestrado, dei aula, e hoje trabalho como Personal em União da Vitória, trabalhando manhã, tarde e noite, busco entregar saúde às pessoas todos os dias, sou muito realizado”. Fica uma mensagem final de Taciano para aqueles que estão na luta para realizar seus sonhos. “Campeões não nascem prontos, são feitos”, concluiu.

Taciano atualmente é Personal Trainer

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