Tempestade causa morte, traz neve pela primeira vez no Paraná em 2022 e muda rotina no Sul

 Tempestade causa morte, traz neve pela primeira vez no Paraná em 2022 e muda rotina no Sul

Foto: Prefeitura de Palmas/Arquivo

O Paraná registrou na noite de terça-feira (17) a primeira neve e a primeira chuva congelada. De acordo com o Simepar, foi em Palmas, que também teve uma das temperaturas mais baixas do Estado: 1,4 graus. Na capital, os ventos chegaram a 52,9 km/h às 4h30 da madrugada e derrubaram algumas árvores na rua Deputado Nilson Ribas, no bairro Seminário, mas, segundo a Defesa Civil, até as 8h desta quarta-feira (18), não havia registro de feridos ou desalojados. 

As temperaturas ficaram baixas em todo o Paraná. Em Curitiba foi de 5,7 graus, um pouco mais alta que a registrada na terça (17), que foi de 4,7 graus. Na Lapa e Pinhais, o Simepar registrou 5 graus, e em Ponta Grossa, 4 graus. Nesta quarta (18), segundo o Simepar, o frio continua,  com a intensificação dos vento e as temperaturas baixas. As condições para a formação de geada ainda dependem muito da ação dos ventos, porém, não se descarta a ocorrência principalmente em regiões de vales. Aliás, o vento mais “gelado” ainda pode causar intensa sensação de frio na metade sul do Estado e segue com chance de ocorrência de geada negra.

Tempestade Yakecan

A tempestade subtropical Yakecan já está mudando o clima nos Estados da Região Sul do Brasil, vai baixar as temperaturas em metade do País nos próximos dias e já causou pelo menos uma morte. Entre os efeitos prováveis estão rajadas de ventos fortes, de até 120 km/h, e possível ocorrência de neve em Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sul do Paraná, na região da Serra de Palmas.

Esse sistema de baixa pressão começou como um ciclone extratropical, muito comum, juntamente com uma frente fria no fim de semana. “Mas na segunda-feira se desprendeu dessa frente fria e começou a se movimentar do mar em direção ao continente, com trajetória típica de furacão”, observa Estael Sias, meteorologista da Metsul. Isso não significa que a tempestade vai se tornar um furacão. Em linhas gerais, o ciclone é um sistema de baixa pressão atmosférica em que o vento gira no sentido horário.

É um fenômeno muito abrangente na escala de centenas de quilômetros, ou seja, pode ter o tamanho de um Estado, bem diferente dos tornados, que são pontuais, podem ter ventos de mais de 400 km/h e são visíveis a olho nu. Já os ciclones são vistos em sua totalidade geralmente em imagens do espaço, de satélites.

“Para que essa tempestade virasse furacão teria de ter vento sustentado acima de 118 km/h, por alguns minutos ou horas de duração, mas nenhum modelo indica isso”, afirma Estael. Em seu movimento, o ciclone impulsiona a massa de ar polar do polo sul para dentro do continente, derrubando as temperaturas.

Mudança de rotina

Um fenômeno climático dessas proporções está chamando a atenção por já apresentar impacto direto na vida das pessoas. Em Porto Alegre, na segunda-feira, um pequeno barco com três pescadores naufragou no Lago Guaíba, causando a morte de uma pessoa.

O corpo de Ademar Silveira da Silva, de 51 anos, foi achado pelos bombeiros. Os outros dois tripulantes conseguiram se salvar.

No município de Rio Grande, no extremo Sul do Estado, os ventos chegaram a 95 km/h nas Praias do Cassino e na Barra. Toda a costa litorânea está sob alerta e a Marinha do Brasil orienta as embarcações para que não naveguem, em razão do mau tempo e de grandes ondulações que podem ultrapassar os 4 metros.

Já a cidade serrana de Urupema, em Santa Catarina, amanheceu com neve ontem. Este foi o primeiro registro de 2022, mais de um mês antes do início do inverno. O fenômeno foi registrado no Morro das Antenas, a pouco mais de 1,3 mil metros de altitude. Houve ainda registros posteriores em São José dos Ausentes e Cambará do Sul, na região dos Campos de Cima da Serra.

Em Porto Alegre, as aulas da rede municipal foram suspensas nos turnos da tarde e noite desta terça. Segundo a prefeitura, “a decisão foi tomada para preservar a segurança dos alunos e das equipes’’. O mesmo ocorreu em Canoas, Eldorado do Sul, Guaíba, Cachoeirinha, Gravataí e Glorinha.

Anteontem o Ministério do Desenvolvimento Regional, por meio da Defesa Civil Nacional, sugeriu à população evitar sair de casa durante a tempestade, buscar locais mais protegidos, caso esteja na rua, desligar a energia da tomada e fechar a saída de gás do botijão.

Enquanto isso, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) emitiu um alerta recomendando que condutores evitem trafegar com veículos leves pelas rodovias do Rio Grande do Sul.

Com informações do Simepar e Bem Paraná

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