FUMO: Um dos idealizadores da Conferência da Fumicultura relata realidade e desafios

 FUMO: Um dos idealizadores da Conferência da Fumicultura relata realidade e desafios

O fumicultor José Natal Pichibileski explica que a ideia da Conferência partiu da agricultora Alcéia Jacyszyn e decisão em conjunto de criar grupos de WhatsApp com foco em compartilhar mensagens e buscar soluções. Na safra 2019/2020, grande parte da produção “ficou no paiol”. Fato que os excedentes de tabaco, e mesmo dentro da prerrogativa contratual, acabaram não sendo comprado pelas fumageiras.

José Natal tem essa leitura de realidade muito ampla, pois cresceu numa família que plantava fumo. O filho de produtores de tabaco interrompeu seu ciclo inicial na lavoura para estudar e, em 2007, passou a fazer o Colégio Agrícola onde se formou técnico em agropecuária. Em 2011 retornou para a propriedade rural no Faxinal dos Paulas, interior de Rio Azul, se casou com Louriane Carraro e retomou a fumicultura.

Na defesa do setor, José Natal é pai de Gustavo, Francisco e José Miguel e cita a importância de os agricultores lutarem por melhor valorização e preço pago pelas empresas. A Conferência da próxima sexta-feira (03/12) foca essa perspectiva de abrir debate sobre o reajuste em conformidade com a alta dos custos, dentre outras demandas que carecem dessa mobilização diante do cenário.

Desde fevereiro deste ano, o assunto passou a ser discutido, da câmara de vereadores, passando pelo então deputado estadual Emerson Bacil e recebendo apoio do vereador Felipe Cheremeta, prefeito de Rio Azul Leandro Jasinski e secretário de Indústria e Comércio, Fábio Souza. O objetivo da Conferência é debater questões centrais do cenário e futuro da fumicultura com empresas, entidades, autoridades e setores ligados à cadeia produtiva.

Outro destaque, apontado por Natal, é a atuação de Emerson Bacil, quando deputado sendo representante da fumicultura e ouvindo os agricultores, até por saber dessa realidade do pequeno produtor rural – das suas origens na Meia Lua, interior de São João do Triunfo. O evento em Rio Azul visa justamente alinhar esses anseios e necessidades dos produtores de tabaco com a pauta política local, estadual e federal, cobrando apoio das autoridades.

Com base nos dados fiscais, José Natal Pichibileski cita que 62% da arrecadação do município tem relação com a agricultura, tendo o plantio de fumo presente em aproximadamente 2.500 famílias. Sobre a dignidade das pessoas, o produtor rural cita de que são pequenas propriedades em Rio Azul, que envolvem pais, mães e jovens, e tem na produção de tabaco a principal renda para pagar suas contas, sustentar seus filhos e ter vida digna.

Para ele, diversificar a propriedade é o caminho, não ficando restrito à fumicultura. “Mas essa diversificação tem de vir apoiada, precisa de assistência técnica, com garantia de venda e não temos essa diversificação que seja assim”, opina. Sobretudo, uma outra cultura precisa levar em conta as benfeitorias existentes, mas que agregue o comércio e tenha esse apoio para uma possível mudança e opção rural.

“Se o produtor parar de plantar fumo, ele vai ter de ir para a cidade. Não tem uma alternativa para segurar o produtor nas pequenas propriedades”, explica o fumicultor que conhece essa realidade desde a infância. “Ele está amarrado na fumicultura”, acrescenta sobre a atual realidade. Disso, a mobilização da Conferência na busca de apoio governamental para dar novas opções, mas tendo assistência técnica e comércio entre as garantias.

Da redação com informações e imagens de arquivo pessoal de José Natal Pichibileski

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