Homem que se passava por mulher em aplicativo joga óleo quente em vítima e é preso

 Homem que se passava por mulher em aplicativo joga óleo quente em vítima e é preso

Um homem de 25 anos foi preso em flagrante pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) nesta quarta-feira (21). Ele é suspeito de se passar por uma mulher em aplicativo de relacionamento com o objetivo de cometer crimes contra outros indivíduos do mesmo sexo.

Ele é conhecido pela Polícia Civil como o “estelionatário do amor”. Em 30 de outubro deste ano, o homem teria jogado óleo quente em uma das vítimas, um indivíduo de 22 anos. Ao que tudo indica, a emboscada foi premeditada. A vítima está internada em Belo Horizonte, em estado grave e com queimaduras por todo o corpo.

Matheus de Souza Ornelas foi preso na região de Venda Nova, em BH, e é investigado em quatro crimes. Tentativa de homicídio, danos qualificados, ameaças e coações a testemunhas. O suspeito teria inclusive tentado constranger e ameaçou familiares da vítima atingida por óleo quente.

No mesmo dia do atentado, ele já havia danificado e pichado o veículo e o portão da casa da vítima. Segundo a polícia, Matheus teria feito outras vítimas na capital.

Como o estelionatário do amor escolhia as vítimas?

A polícia apurou que Matheus criou um perfil falso no aplicativo de namoro. Ele utilizava a foto de uma mulher atraente com o objetivo de chamar a atenção de homens para um possível relacionamento homossexual.

A vítima de 22 anos passou a se relacionar com o suspeito sem desconfiar do estelionato. Os dois trocaram mensagens por cerca de três meses.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, José Olegário de Oliveira, a vítima prestou depoimento enquanto estava na unidade hospitalar. Segundo ela, era estranho que a suposta mulher não conversava por áudio ou vídeo. O motivo? A família dela era rígida e a monitorava constantemente.

“É a partir daí que o suspeito, ainda utilizando o perfil falso, ‘apresenta’ ele mesmo como alguém que poderia servir de intermediário para que a vítima conseguisse um encontro com a suposta mulher”, revela o delegado

Com o tempo, a vítima passou a ter confiança no suspeito, que, contudo, estaria sentindo que ela pudesse desconfiar de algo. No dia do crime, o investigado ligou para a vítima e pediu ajuda para uma mudança na residência dele, localizada no bairro Trevo, região da Pampulha, em Belo Horizonte.

Emboscada premeditada

A polícia trabalha com a seguinte sequência de fatos: ao chegar ao prédio do suspeito, a vítima encontra a porta aberta e segue para o apartamento dele. Quando ela entra, o investigado imediatamente a tranca no cômodo.

Após pouco tempo de conversa, a vítima pergunta pela mulher e há um desentendimento entre os dois. Matheus supostamente por não se sentir correspondido, se apodera de uma jarra de óleo fervente e a joga contra o rosto do homem, atingindo também outras partes de seu corpo.

“Nesse ponto, os relatos divergem, porque o suspeito alega que já teria uma panela, não uma jarra, com óleo fervendo na cozinha, e a vítima teria tentado pegá-la para agredi-lo e acabou se queimando quando o investigado tentou contê-la”, afirma Olegário

Apesar de lesionada sob o efeito das queimaduras, a vítima consegue brevemente imobilizar o suspeito e tomar a chave do apartamento. Depois, ela segue pelo corredor do prédio até encontrar um vizinho e pedir por socorro da polícia. O suspeito fugiu antes da chegada dos policiais militares que atenderam a ocorrência.

A vítima teve queimaduras de segundo grau na face, no pescoço, no ombro, no peito e nas mãos, correndo grande risco de infecção, tendo sido necessário enfaixá-la da cintura até o topo da cabeça. Além disso, o homem está sendo tratado com morfina e sedações.

Como evitar situações como essas?

O delegado José Olegário destaca alguns pontos que devem ser observados para evitar situações como essas em aplicativos de relacionamento. “Sempre que alguém estiver se envolvendo com outra pessoa virtualmente, é imprescindível ouvir, ver aquela pessoa”, diz.

“Por isso, é muito importante tentar o contato, o mais breve possível, por canais de áudio e vídeo, que já estão disponíveis nessas plataformas, e ter cautela em encontros pessoais, antes de conhecer bem a pessoa”, alerta

A PCMG alerta para que outras vítimas que reconheçam o suspeito entrem em contato por meio do Disque Denúncia 181 ou 197.

Da redação com informações Banda B

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