Antes da SIX, a história de São Mateus do Sul percorre uma saga pelo xisto

 Antes da SIX, a história de São Mateus do Sul percorre uma saga pelo xisto

Roberto Angewitz – Perna de Pau – foi imortalizado na homenagem da SIX, como pioneiro do aproveitamento do xisto em São Mateus do Sul, com uma estátua

67 anos da Superintendência de Industrialização do Xisto (SIX/Petrobrás) foram comemorados em 1º de junho de 2021. A empresa, sediada em São Mateus do Sul, está sobre a 2ª maior reserva mundial de xisto, a Formação Irati, que abrange os estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás. Para se chegar até a planta atual, muita história compõe o cenário.

O início da exploração estatal do xisto foi em 1954, em Tremembé-SP. Cinco anos depois, é construída a usina em São Mateus do Sul e depois transferida a administração do projeto SIX para o município. A marca Petrosix® vem somente em 1991, com o módulo operacional em funcionamento com extração e processamento. A história, antes disso, tem início com alemães e passa pelo personagem Perna de Pau.

Roberto Angewitz precede esse período, inclusive tendo a sua empresa estatizada sobe uma indenização singular de 200 contos de reis, em 1942. Por ter sido picado por uma cobra, quando criança, teve a perna direita amputada. Mesmo pobre fez um novo membro de madeira para substituir a tirada precocemente, lhe concedido por isso o apelido de “Perna de Pau”. Ele estudou por meio de livro, sendo autodidata.

Com seus negócios falidos em Curitiba, mudou para São Mateus do Sul em 1932 onde por cerca de dez anos ‘tirou óleo de pedra’. Perna de Pau é reconhecido na história por ter sido o 1º homem em produzir combustível de forma contínua no Brasil. Sua planta de exploração é semente da atual SIX, mesmo tendo ele morrido em 1947, vítima, segundo relatos e estudos, da intoxicação do processo que executou na sua usina.

Outras experiências na busca por combustíveis existiram. Em 1883 com os alemães, Rudolph Wolff, Gustavo Frederico Thenius, Gustavo Emílio Olander e Otto Roebel. Também, segundo a professora, historiadora e escritora, Hilda Jocele Digner Dalcomuni, por volta de 1926 na propriedade do coronel David de Paula e Silva, a Companhia Lage e irmãos instalou uma sonda de perfuração e conseguiu extrair xisto betuminoso.

A falta de recursos sucumbiu o projeto, mesmo tendo sucesso inicial na perfuração. Seguida de outra experiência na localidade do Espigãozinho. Ali, Arnoldo Prohmann encontrou indício da existência de material para fazer combustível. “Não pôde prosseguir, pois contava com auxílio do Governo Federal que não veio”, explica a professora. Depois, Antônio Tapia montou uma usina na localidade de Água Suja.

“A usina funcionou por três anos”, destaca a escritora Hilda Dalcomuni. Os registros da usina de Tápia, de 1932, é de ter produzido até 48 mil litros de óleo (240 tambores) de óleo de xisto, mas sucumbiu à falta de recursos. Na sequência surge Roberto Perna de Pau. Ele se aperfeiçoou em siderurgia, engenharia, eletricidade e mecânica, de forma autodidata, o que possibilitou destilar combustíveis.

Depois de montar sua usina, em 1932 num terreno da prefeitura próximo ao rio Taquaral, o empreendimento chegou a ser destruído por incêndio e reconstruído com ajuda de comerciantes, dentre eles Guilherme Kantor, e apoio do interventor Manoel Ribas. Além do filho Oscar e esposa Helena. Nesse período produziu combustíveis de forma contínua e abasteceu o mercado local, no período de Guerra Mundial, até a fábrica ser estatizada.

Reconhecimento da SIX ao pioneiro que deixou a semente local na exploração do xisto

Da redação com informações da professora Hilda, fontes históricas e estudos sobre o tema e imagem Portal Cultura Sul FM/ Lucas Ferreira

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