Estufas, abrigos e sombrite ajudam a proteger às hortaliças do frio em São Mateus do Sul, Triunfo e região
Foto: Arquivo pessoal do Clodovise
Proteger as plantas não é uma tarefa fácil nas ondas constantes de frio intenso em todo o sul do país. Com informações constantes do clima, relatando temperaturas negativas para os próximos dias, produtores rurais do Paraná começaram a preparar as plantações para tentar amenizar possíveis estragos que poderão acontecer com uma nova onda de frio que chegou ao estado nesta quarta-feira (28).
Segundo o Instituto Nacional de Metereologia (Inmet), a previsão de frio irá se prolongar entre os dias 28 de julho e 1° de agosto, provocando quedas de temperaturas entre 6ºC e 4ºC. Há previsão de geada para todo o estado com intensidade variando de moderada a forte. Há quase um mês, a plantação, que ainda estava em desenvolvimento, foi atingida pela geada, que segundo os meteorologistas não foi tão forte quanto a que está sendo prevista para esta semana.
Em conversa com a Cultura Sul, a secretária da Agroindústria dos Derivados de Milho Crioulo Livre de Transgênicos (COAFTRIL), Silvia Mara Woiciechowski, explicou que no caso dos pequenos agricultores, com foco nas hortaliças e legumes, uma solução e dica dada, é cobrir com tecido ou sombrite, e no caso de frio extremo fazer fumaça.
Conhecer a adaptação climática das plantas ajuda no desempenho da produção, mas, graças ao melhoramento genético, existem algumas hortaliças que são produzidas satisfatoriamente durante o ano todo, não só para plantio no inverno. Por isso, também é fundamental escolher sementes de confiança e qualidade na hora do plantio para não ter grandes prejuízos.
Outra solução é o cultivo protegido, que funciona muito bem especialmente nas regiões de clima frio, onde podem ocorrer as geadas. As estufas ajudam e protegem as hortaliças das temperaturas mais baixas, mas na maioria das vezes, só isto não resolve.
Em regiões mais frias, deve haver alguma forma de aquecimento para assegurar a integridade das plantas. Em São Mateus do Sul, Clodovise Ramina Stefanski, que é agricultor familiar agroecológico, técnico em agroecologia e membro da Cooperativa de Famílias de Agricultores Ecológicos de São Mateus do Sul (Cofaeco), relatou que nessa época só é possível manter a produção com a ajuda de estufas, abrigos e proteções.
“Na minha propriedade tenho abrigo e estou fazendo outra, pois há necessidade para dar sequência a produção, com o clima muito frio e no verão muito quente, é necessário. Outra dica é escolher as plantas da estação. Tem cenoura do inverno e cenoura do verão, beterraba do inverno e do verão, com isso é mais fácil garantir a produção, pois é adaptada”, explicou Clodovise.
Proteção com fumaça
Existem várias maneiras de proteger a plantação com fumaça, uma delas é cercar a horta com tambores cheios de serragem e colocar fogo para fazer fumaça. A cortina de fumaça vai evitar que o calor do solo vá embora e entre o ar frio que vai esfriar. Segundo sites voltados a agricultura é necessário fazer a fumaça nos horários de 19h e 20h para durar a noite inteira. Mesmo com o fogo, com a fumaça, no outro dia tem que irrigar, ela vai tirar o gelo, vai descongelar antes do Sol bater, senão vai queimar as plantas.
Água de vidro – um importante protetor das plantas
Água de vidro é o nome popular dado a um produto à base de silicatos solúveis, compostos de silício. Os silicatos são abundantes no planeta, e estão presentes em cristais, rochas e chifres de animais. Podem ser preparados de várias formas, mas apenas os silicatos solúveis são facilmente utilizados na agricultura.
O produto é um importante protetor das plantas contra o desenvolvimento de doenças fúngicas e bacterianas, fortalecendo a epiderme da folha e ajudando contra insetos picadores. Também é utilizada para amenizar situações de estresse ambiental, em condições de excesso de chuvas, e também em condição de seca por evitar a perda de umidade. Para evitar danos na formação de geadas nas hortaliças e frutas, fazer uma aplicação de três a quatro horas antes da formação da geada.
É notável o aspecto e conservação das plantas tratadas com a água de vidro. A melhor forma de prepará-la é com cinzas, e a melhor cinza a ser usada é a de casca de arroz. A palha da casca de arroz possui mais de 90% de compostos de sílicio. Também plantas como a cavalinha e o picão possuem bastante silício.
Depois de obter a cinza, misture uma parte de cal viva ou apagada para cada quatro partes de cinza.
Depois, coloque mais cinco partes de água quente, e mexa até formar gel de silício, que é totalmente solúvel. Depois de pronto, acrescentar no gel 95 partes de água fria, obtendo a água de vidro. Coe a mistura ou deixe em um frasco, para decantar os grãos da cinza, e use somente a água que fica na parte superior. Não guarde em garrafas PET ou outros plásticos, pois o produto é corrosivo.
Misture 200 ml de água de vidro para cada 20 litros de calda para pulverização. Pode ser aplicada de forma preventiva sobre as plantas, de forma a fortalecer as folhas e o seu metabolismo. A aplicação deve ser preferencialmente à noite. Dica do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA).
Da redação Cultura Sul
