Chuvas voltam de forma irregular no Paraná após abril mais seco da história

 Chuvas voltam de forma irregular no Paraná após abril mais seco da história

Imagem da internet

Depois do abril mais seco da série histórica, o mapa de chuvas do Paraná retomou o ciclo esperado em maio, com precipitações irregulares e pouco abaixo da média em boa parte dos municípios, marcas registradas do inverno paranaense. Nas 13 cidades analisadas pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), a pedido da Agência Estadual de Notícias (AEN), a chuva acumulada no mês passado foi de 1.119,4 milímetros (mm) – 72,4% do previsto para o período (1.546 mm).

Ainda assim, o volume é 203% superior ao registrado em abril, considerando o mesmo conjunto de cidades (369 mm). “Voltamos à tradicional irregularidade, na espera da entrada de uma frente fria que traga chuva. Aí vem uma massa de ar seco e bagunça tudo”, afirma o meteorologista do Simepar, Lizandro Jacóbsen.

Ele explica que, em maio, a precipitação ficou mais concentrada nas regiões Leste e Norte do Estado. Cidades como Curitiba, Guaratuba, Cambará, Londrina e Maringá conseguiram superar a média. Ponta Grossa ficou bem perto da marca. As regiões mais a Oeste, Sudoeste e Noroeste, porém, conviveram com dias mais secos. Em Cascavel, por exemplo, choveu apenas 18% do esperado – 27 mm ante uma expectativa de 150 mm.

“O período é tão irregular que algumas cidades só conseguiram atingir ou chegar perto da média com as chuvas do último fim de semana, como foram casos de Londrina e Maringá. A maior parte do mês foi de tempo seco”, destaca o meteorologista.

Como consequência da estiagem, o Governo do Estado decretou no mês passado nova situação de emergência hídrica na Região Metropolitana de Curitiba e no Sudoeste do Estado. O decreto 7.554/21 tem validade de 90 dias e é assinado um ano após medidas semelhantes terem sido adotadas para minimizar os impactos da crise hídrica, que se estende há pelo menos dois anos.

Na semana passada, por sua vez, o Conselho de Monitoramento do Setor Elétrico recomendou à Agência Nacional da Água (ANA) que seja reconhecida a situação de escassez hídrica na Bacia do Rio Paraná. Em nota, o Conselho informa que é crítica a situação hidrológica da bacia com estiagem prevista para os próximos meses.

No setor de abastecimento público, essa previsão também afeta a região Sudoeste. Atualmente, Pranchita e Santo Antônio do Sudoeste estão com rodízio no sistema de abastecimento de água.

CAPITAL – O rodízio acompanha Curitiba desde o ano passado. Atualmente, de acordo com a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), o rodízio na Capital segue a programação de 60 horas de fornecimento e 36 horas com suspensão. O mesmo esquema vale para a Região Metropolitana.

Por isso, as chuvas de maio na cidade, acima da média histórica, são um alento: 116 mm para uma expectativa de 83 mm (139,7% do previsto). Em abril o volume foi de apenas 8,8 mm. “É uma boa notícia mesmo. Pode até demorar um pouco, mas quando chover que seja em grande volume”, diz Jacóbsen.

Nesta terça-feira (1), a média dos reservatórios do Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana (SAIC) é de 53,17%. Ele é composto por Barragem Iraí (42,87%), Barragem Passaúna (55,21%), Barragem Piraquara 1 (62,76%) e Barragem Piraquara 2 (66,74%). O índice está próximo ao do início do mês, de 54,08%.

PREVISÃO – Ainda de acordo com o Simepar, a expectativa é que em junho a precipitação também siga irregular, acompanhando o desempenho de maio. Ou seja, abaixo da média histórica na maior parte do Estado. “A tendência de entrada de frente fria, com possibilidade de chuva, é mais para domingo ou segunda-feira, dias 6 e 7”, destaca o meteorologista.

USO RACIONAL – A Sanepar mantém o alerta de economia de água pela população, orientando o uso prioritário para alimentação e higiene pessoal. As dicas são para reduzir o tempo de banho, manter a torneira fechada enquanto se escova os dentes e se faz a barba. Deve-se acumular roupa e louça para lavar de uma só vez. A lavagem da calçada, quintal, carro e rega de jardim devem ser feitas com água reaproveitável e não potável.

Veja quanto choveu em maio nos 13 pontos do Paraná analisados pelo Simepar

CURITIBA

Maio 2021: 116 mm
Média do período: 83 mm
Porcentual: 139,7%

LONDRINA

Maio 2021: 142 mm
Média do período: 110 mm
Porcentual: 129%

MARINGÁ

Maio 2021: 132 mm
Média do período: 117 mm
Porcentual: 112,8%%

CASCAVEL

Maio 2021: 27 mm
Média do período: 150 mm
Porcentual: 18%

FOZ DO IGUAÇU

Maio 2021: 34,6 mm
Média do período: 110 mm
Porcentual: 31,4%

GUARAPUAVA

Maio 2021: 61,4 mm
Média do período: 131 mm
Porcentual: 46,8%

PONTA GROSSA

Maio 2021: 87,6 mm
Média do período: 92 mm
Porcentual: 95,2%

PATO BRANCO

Maio 2021: 44,6 mm
Média do período: 158 mm
Porcentual: 28,2%

CAMPO MOURÃO

Maio 2021: 68,6 mm
Média do período: 118 mm
Porcentual: 58,1%

GUARATUBA

Maio 2021: 177,2 mm
Média do período: 149 mm
Porcentual: 119%

PARANAVAÍ

Maio 2021: 84,8 mm
Média do período: 102 mm
Porcentual: 83,1%

UMUARAMA

Maio 2021: 44,4 mm
Média do período: 137 mm
Porcentual: 32,4%

CAMBARÁ

Maio 2021: 99,2 mm
Média do período: 89 mm
Porcentual: 111,4%

PARANÁ (13 CIDADES)

Maio 2021: 1.119,4 mm
Média do período: 1.546 mm
Porcentual: 72,4%.

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