Hospital de Irati está lotado e Centro Sul em colapso no atendimento para Covid-19

 Hospital de Irati está lotado e Centro Sul em colapso no atendimento para Covid-19

Duas situações preocupam o sistema público de Saúde de Irati: lotação e jovens internados. Os dez municípios da Associação dos Municípios da Região Centro Sul do Paraná (Amcespar) se remetem ao tratamento de referência para Covid-19 à cidade polo que apresenta um cenário com aumento de internação entre pessoas de 13 a 38 anos, profissionais cansados e Santa Casa sem vagas.

O internamento cresceu repentinamente em Irati que tem na Santa Casa o hospital referência para a Amcespar. Nesta terça-feira (16/03) eram 24 internados, 15 homens e nove mulheres, conforme a informação divulgada pelo Centro de Operações Especiais e de Fiscalização da Covid-19 (COEF). 13 pessoas em enfermarias e onze em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) que tem mais um caso pendente de exame.

A preocupação do COEF recaí sobre os jovens. Há duas pessoas em UTIs com idades entre 29 e 37 anos e outras três com menos de 60 anos. As enfermeiras têm pessoas com idades de 13, 27, 32 e 38 anos, também pacientes com outras idades acima de 60 anos, no caso três cidadãos. Dados que confirmam a evolução de internados em tese de trabalhadores jovens e na ativa para o mercado de trabalho.

Conforme o enfermeiro e coordenador do COEF, Agostinho Basso, possivelmente a maioria dos casos de agora são resultados de pessoas infectadas pela nova cepa do vírus, que é mais contagiosa e agressiva. “Ela adoece mais jovens, que precisam de internamento. Os pacientes de hoje se depararam com os doentes que já estavam internados, levando o sistema de saúde ao colapso, como estamos vendo”, cita.

O profissional relaciona a expansão da pandemia com alguns fatores: festas de final de ano, viagens, carnaval, resistência a decretos, a falsa sensação de segurança com a chegada das vacinas. Além da politização do vírus, o negacionismo e desinformação. “A população precisa fazer sua parte e os governos se afinarem em uma só voz. Do contrário, viveremos os piores meses das nossas vidas”, afirma o coordenador do COEF.

Nesta terça-feira Agostinho Basso, a secretária de Saúde de Irati, Jussara Kublinski, e o provedor da Santa Casa de Irati, Ladilao Obrzut Neto, anunciaram o agravamento dos casos de internamento e que o hospital possui medicamentos específicos para sedação para mais 3,5 dias. O serviço de saúde da região já entrou em colapso, segundo a divulgação da prefeitura.

“Temos cinco pacientes internados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde nunca se teve. A situação é muito séria, pois não temos mais para onde enviar os pacientes”, de acordo com o coordenador. Basso ressaltou que há mais de 1.350 pessoas esperando vaga para atendimento em todo o sistema público de saúde no Paraná e mais de 600 pacientes precisando de UTI.

Por sua vez, a Santa Casa de Irati está com ocupação de 100% dos leitos de UTI e de enfermaria da Covid-19. A situação é grave: “estamos, praticamente, em colapso. Tenho medicação para manter os pacientes entubados por 3,5 dias e não existe um plano B. Nesta tarde, vamos conversar com o Hospital Universitário de Ponta Grossa”, frisa o provedor da unidade referência para a Amcespar.

“Teremos que fazer um protocolo de quem terá mais chance de viver, quem tem condição de ter mais anos de vida. Infelizmente, nós passamos o ano todo falando das medidas e parece que as coisas não andaram desta forma. Vamos ter que pensar quem terá condições de vida. É duro”, lamentou Ladilao Obrzut Neto que tem 40 anos de profissão na medicina e observa a equipe de atendimento saturada e cansada.

Da redação Cultura Sul FM com informações e imagem reproduzidas da prefeitura de Irati

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