Posse de Bolsonaro recebe brasileiros de todas as regiões

Cerca de 115 mil pessoas das cinco regiões do país compareceram à Esplanada dos Ministérios para acompanhar, nesta terça-feira (1º), a posse do presidente Jair Bolsonaro. O público, divulgado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), não atingiu a expectativa do Palácio do Planalto, que esperava cerca de 250 mil pessoas na cerimônia.

A festa, no entanto, contou com muita alegria e otimismo por parte dos apoiadores de Bolsonaro. As cores verde e amarelo predominaram. O militar da reserva Elson Fernandes veio de Águas Lindas (GO), cidade a cerca de 50 km do centro de Brasília, para acompanhar a posse.

“Essa é a primeira vez que eu estou aqui para assistir uma posse. Eu nunca fui nem em jogo de futebol para assistir. Eu espero que mude o Brasil para melhor. Na verdade, eu quero que mude o Brasil para melhor. Porque do jeito que está, a gente está muito decepcionado com os governos passados”.

Diferentemente de Elson, a aposentada Francisca Julião, de 70 anos, é veterana em posses presidenciais. Ela conta que esteve nas cerimônias de Lula, em 2003, e Dilma Rousseff, em 2011. Sobre a mudança ideológica de seu apoio, Francisca exaltou a necessidade de um rodizio democrático no poder.

“É, mas não tem problema não. Tem que mudar para ver se melhora as coisas. Estou com a esperança de que vai mudar, que ele vai ser bom”.

Por outro lado, Vilson, que é eleitor convicto do capitão da reserva, afirma que seu voto seguiu a ideologia de Olavo de Carvalho. Funcionário público e morador de Brasília há mais de 20 anos, ele segurava um cartaz com os dizeres “Olavo tem razão”. O filósofo exaltado pelo eleitor foi responsável por sugerir a Bolsonaro o nome dos ministros da Educação e das Relações Exteriores do novo governo.

“Esse é o resultado que nós estamos vendo hoje. Um presidente eleito que é da vontade do povo, que fala a língua do povo. E o povo fez a campanha dele e colocou ele lá”.

O cuiabano Onésimo, que viajou mais de mil quilômetros para assistir à posse, não carregava um cartaz, mas, sim, a bandeira da monarquia brasileira, extinta em 1889. Com 28 anos, ele explicou os motivos de levantar o símbolo imperial na cerimônia que efetivou o nome de Bolsonaro como presidente de uma República.

“O Bolsonaro têm, por princípios, muita coisa que se aproxima da monarquia constitucional. Ele, realmente, defende a Constituição, ele defende a separação de Poderes. Então, o Bolsonaro, por ter valores cristãos, se aproxima da monarquia brasileira”.

Quem também pegou a estrada para estar em Brasília no primeiro dia do ano foi a dona de casa Lenilda de Paiva, de 42 anos. Ela conta que nasceu no Ceará, mas mora em Goiânia há dois anos. Com o filho de um ano e seis meses no colo durante todo o evento, Lenilda falou o que a mudança de governo representa.

“Representa muita coisa porque está muito difícil para o povo brasileiro, para o povo do Nordeste, que sofre pelo desemprego”.

A cerimônia, que empossou definitivamente Jair Bolsonaro como presidente da República, agradou a maioria do público presente. No entanto, também houve quem reclamasse dos problemas para se locomover nos espaços da Esplanada.

Após o fim das cerimônias no Congresso Nacional, o público foi impedido de ficar próximo ao espelho d’água, uma vez que, as vias estavam sendo utilizadas para o transporte das autoridades e comitivas até o Palácio do Planalto. Neste momento, houve muita gritaria e o público passou a reclamar e xingar os soldados que faziam o isolamento do local.

Com colaboração de Mariana Fraga, reportagem João Paulo Machado

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