Após poupar titulares no estadual, Atlético-PR fecha 2018 voando e a dois passos do sonho

O Atlético-PR colhe os frutos de uma estratégia ainda pouco comum no futebol brasileiro. O clube usou um time de aspirantes no Paranaense e preservou os titulares para as principais competições. Deu certo. Após ganhar o estadual com os jovens, o Furacão terminou em sétimo no Brasileirão e, agora, vai em busca do inédito título sul-americano.

Albari Rosa/Gazeta do Povo

O Atlético-PR enfrenta o Junior Barranquilla na decisão. O jogo de ida será nesta quarta-feira, às 22h45 (horário de Brasília), no Estádio Metropolitano, em Barranquilla. A volta está marcada para o dia 12, uma quarta-feira, às 21h45, na Arena da Baixada.

Com essas duas partidas, o Atlético-PR vai terminar o ano com 74 jogos – empatado com o Palmeiras e só atrás do Bahia (75 jogos). Porém, os aspirantes disputaram 16 jogos no estadual. E os reserva jogaram quatro partidas do Brasileirão: contra Botafogo, Inter, Ceará e Flamengo. Com isso, os titulares precisaram jogar “só” 54 partidas.

– O Atlético tomou uma decisão nos últimos anos. Ela é mais política do que técnica, mas tem efeito técnico bem mais claro do que o efeito político. Permitir que o time principal treine nos primeiros meses do ano e jogue apenas as principais competições dá um fôlego em momentos decisivos. E, no fim da temporada, com jogos em sequência, isso se evidencia – afirmou o comentarista da RPC, Cristian Toledo.

Superior técnica e fisicamente, o Atlético-PR venceu o Fluminense com tranquilidade na semifinal da Sul-Americana: 2 a 0 em casa e 2 a 0 no Maracanã. Além disso, o Furacão chega à final com o departamento médico praticamente vazio. Só os meias Bruno Nazário e Guilherme estão machucados – as lesões deles não são provocadas por desgastes.

Antes de 2018, o Atlético-PR já tinha usado os aspirantes nos Campeonatos Paranaenses de 2013, 2014 e 2015. O time alternativo também começou o estadual de 2017, mas a diretoria decidiu colocar os titulares a partir da quinta rodada. Nesse período, o Furacão conquistou o título em 2016 (com o time principal) e 2018 (já com os aspirantes).

Além disso, o Atlético-PR conquistou vaga na Libertadores de 2014 e 2017. Além disso, ele terminou entre os 10 melhores em cinco dos últimos seis Brasileirões: terceiro em 2013, oitavo em 2014, 10° em 2015, sexto em 2016, 11° em 2017 e sétimo em 2018. O clube também chegou à final da Copa do Brasil de 2013, quando perdeu para o Flamengo.

– Os jogadores demoram a engrenar, principalmente no início da Copa do Brasil. A partir de determinado momento, só joga o time principal e é aí que se faz diferença. Este ano, o resultado é extremamente favorável. O título paranaense com o time alternativo, a boa campanha com Tiago Nunes no Brasileirão e a final da Sul-Americana falam mais do que qualquer discurso – completou Cristian Toledo.

O Atlético-PR tenta consolidar sua ascensão com um título. Faltam apenas duas partidas. Vale lembrar que, na decisão, o gol como visitante não é critério de desempate. Ou seja, se os times empatarem ou vencerem pela mesma diferença de gols, o campeão da Sul-Americana de 2018 será definido nos pênaltis.

Resumo do Atlético-PR nos últimos anos

2013 – no primeiro ano do projeto, os aspirantes são derrotados pelos profissionais do Coritiba e ficam com o vice-estadual. Os titulares alcançam a decisão da Copa do Brasil e o terceiro lugar do Brasileirão, garantindo vaga na Libertadores de 2014.

2014 – os jovens – com Adriano Imperador em campo – caem para o Londrina na semifinal do estadual. O time titular tem campanha modesta nas outras competições: oitavo no Brasileirão e eliminação para o América-RN nas oitavas da Copa do Brasil.

2015 – pior campanha dos aspirantes: o time precisou disputar o Torneio da morte para garantir a permanência na elite estadual. Além disso, o Atlético-PR principal caiu para o Tupi nas oitavas da Copa do Brasil e terminou em oitavo no Brasileirão.

2016 – o Atlético-PR mudou o planejamento, escalou os titulares no estadual e conquistou o título – com duas vitórias sobre o Coxa na decisão. Depois, o time caiu para o Grêmio na Copa do Brasil, mas terminou em sexto no Brasileirão e garantiu vaga na Libertadores.

2017 – o clube começou o estadual com os aspirantes, mas colocou os titulares ainda no início e perdeu para o Coritiba na decisão. O Furacão caiu nas oitavas da Libertadores (para o Santos) e nas quartas da Copa do Brasil (para o Grêmio) e terminou em 11° no Brasileirão.

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